sábado, 5 de setembro de 2009

EXPRESSO PARA O INFERNO




Quatermass



Um trem desgovernado pelos trilhos do Alasca. Dentro, uma dupla de fugitivos da prisão. Um policial determinado a prendê-los. Uma mulher também na carona. Um diretor consagrado. Um roteiro escrito por outro grande diretor. Um ótimo filme, um ótimo elenco, uma ótima direção = verdadeiro espetáculo.



Expresso para o Inferno
(Runaway Traín – 1985) conta a fuga de dois presos, um deles Manny (John Voight) obstinado em sua busca da liberdade qualquer custo. Seu azar: o trem que embarcam, uma daquelas gigantescas composições americanas que cruza a terra de ninguém gelada está sem condutor (o motivo não conto, mas as cenas são espetaculares). Em seu encalço esta o obstinado e paranóico sistema policial encarnado pelo diretor do presídio Ranken (John P. Ryan). O roteiro de Akira Kurosawa é extremamente inteligente. A direção de Andrei Konchalovski é enérgica, sombria, envolvente. Os cenários são grandiosos e in loco. Estes dois gênios mesclam a vastidão da região, inóspita, em condições temperaturas de extramente baixas, associados com um monstro na forma de locomotiva. Comparado com a natureza descrita e do gigante de metal o homem é insignificante.




A condição de preso, réu, bandido ou não são desprezíveis. A caçada policial aos foragidos é sem sentido, por que? Porque o drama está sintetizado da seguinte forma: três criaturas estão presas numa locomotiva gigantesca, que corre à milhão numa região ártica - quem se importa com três tipos desqualificados? Duas pessoas: o policial alucinado e Manny (Vohn Voight): o primeiro por ser uma questão pessoal; o segundo, por sua busca pelo bem mais importante, senão a principal razão da existência humana: liberdade!


Quem assistir ao final do filme saberá o que estou falando. Um genial Kurosawa, dirigido por outro grande mestre. Às vezes dou o braço a torcer: Hollywood, que de vez em quando, foge do comum e nos brinda com preciosidades como esta. Mas não esperem finais felizes, com um sol de verão ao final: o frio continua e a busca do homem por seu sonho também! A mensagem é crua, simples e brutal, qual seja, o prisioneiro que para alcançar sua redenção enfrenta duas bestas: a humana e a máquina!

Ao internauta parece não ter sentido? Então assista ao filme de novo, de novo e de novo...




1 comentários:

Luiz_SJCampos_SP disse...

Realmente , um filmaço , pra ver e rever .Nota 10 tambem para o TV Retrô.Este trechinho do Indian Tomb tá demaiiiiiiiis.

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