sábado, 8 de agosto de 2009

O ENIGMA DO HORIZONTE


por Quatermass




Sou um sujeito que se tem por ser uma pessoa extremamente paciente e razoavelmente calma. Mas há coisas que me tiram imediatamente do sério. Uma delas: a de que um filme tem início, meio e fim.



Explico: certas obras começam bem e depois degringolam; ou custam a engrenar e depois se tornam interessantes.



O Enigma do Horizonte (Event Horizon – 1997) é um meio termo, um híbrido: começa a trezentos por hora, rápido demais até para certos críticos de Alien - O Oitavo Passageiro; no meio do filme, desperta alguma curiosidade; e seus últimos trinta minutos fazem com que o expectador desejasse nunca ter assistido! Quando o filme estreou, não conhecia o diretor Paul W. S. Anderson e depois dele não tenho interesse em ver mais nenhum!


A história é muito boa, o problema é o roteiro que é extremamente tolo e Paul Anderson o seguiu à risca: no ano de 2.040 a gigantesca nave espacial Event Horizon é a primeira a dispor de um motor de dobra espacial (tal como em Star Trek). Mas em seu primeiro salto desaparece e sete anos depois é localizada na órbita de Júpiter.





A nave de salvamento Louis & Clark, comandada por Laurence Fishburne (Capitão Miller) deve não só resgatá-la como descobrir a causa de seu desaparecimento e o destino de seus tripulantes. A bordo também está Sam Neil (Dr. William Weir), cuja esposa era tripulante da titânica nave.



Lembra um pouco Esfera, Sunshine, 2010 e Abismo Negro – uma nave gigantesca e misteriosa a ser explorada. Tecnicamente falando, o filme é perfeito: o desenho de produção, fotografia e os efeitos especiais são criativos e muito bons – verdadeiro desperdício de talento, mas merece a referência!


O problema é que o filme tenta mesclar terror barato com ficção (não confunda com o primeiro Alien, que combinava inteligentemente suspense com ficção) – e taí o principal defeito do filme: falta de inteligência.


Exemplos? Toma três: a) os tripulantes começam a ser mortos um por um - grande novidade; b) um deles enlouquece; c) existe(m) um(uns) ser(es) maligno(s) a bordo da Event Horizon. Só que a explicação encontrada para tal estado de coisas é tão estúpida que não conto para não estragar o final – injustamente seria o segundo a fazê-lo: o primeiro que o fez foi seu diretor!




1 comentários:

Daniela Lopes disse...

Acho que entendo o comentário. Me senti assim ao assistir a Esfera e O segredo do Abismo. São filmes muito bons, mas esperei o climax e ele nãoa conteceu. Enigma do horizonte mostra a nave como uma extenção do lugar de onde ela veio e como afeta a tripulação de resgate. Algo parecido foi apresentado em outro filme, "Solaris" e foi muito mais feliz na enpreitada. A força sobrenatural que dá vida aos temores e anseios de cada personagem em Solaris é mais convincente e por vezes assustadora por ser menos explícita e mais psicológica.

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