segunda-feira, 7 de abril de 2008

THE BLUE MAX



por Quatermass



Estes tempos resolvi criar coragem e assisti Fly Boys. É um filme bonzinho, mediano! O mocinho (James Franco) até que é esforçado e Jean Reno mais parece um velho soldado cansado de guerra. Quanta motivação num filme... Mais, porque os aviões alemães eram todos de vermelho, exceto o “bad guy” deles? Nunca foram pintados assim! Ao contrário, eram excepcionalmente coloridos, verdadeira arte sobre tela. O barão Von Richthofen (o Barão Vermelho) era um dos poucos que pilotava aviões pintados de vermelho.


Porque então esta inversão de valores? Não adianta entender! Se existe uma coisa nos americanos é que estes não estão nem aí com verossimilhança. Hollywood gosta de deturpar. Sempre foi assim? Até onde me lembro sim. Mas hoje em dia com doses maciças de computação gráfica e atores/diretores insípidos.




Já assisti outros filmes de guerra, inclusive da Primeira Guerra Mundial, e posso dizer, com certeza, que Crepúsculo das Águias (The Blue Max – 1965) é o melhor do gênero aéreo. A direção é de John Guillermin (em sua fase áurea), a fotografia é de Douglas Slocombe e a trilha sonora de Jerry Goldsmith é envolvente, maravilhosa. Dos protagonistas, George Peppard está menos canastrão do que de costume e Jeremy Kemp está perfeito como sempre. Os cenários são um deleite para os olhos (também se passa na França), as tomadas aéreas empolgantes.


E a história? Curiosa: um piloto novato, Bruno Stachel (George Peppard), de origem humilde e oriundo da infantaria, deseja candidatar-se à categoria de às a fim de obter a desejada Blue Max, a condecoração máxima. Mas sua busca é obcecada, inclusive, para irritação de seus colegas de esquadrão, oriundos da nobreza germânica. Não existe a frágil mocinha de Fly Boys e sim um mulherão chamado Ursula Andress, no papel de esposa de um General (James Mason) que Stachel também quer! Os inimigos de Stachel não são só ingleses, mas também alemães e um general irado.




O final é digno daqueles que vão com muita sede ao pote. Mas o filme também é digno de um justo reconhecimento. Está anos-luz à frente de Fly Boys ou daquela coisa medonha chamada Pearl Harbour. É um filme de adulto sem ilusões quanto à guerra e a ambição humana. Irônico: falar de guerra, ambição e humanidade, como se fossem três coisas distintas, quando na verdade são uma só.




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