segunda-feira, 9 de setembro de 2013

NEIL GAIMAN: "FAÇA BOA ARTE!"





por Thintosecco e MrOx





No final dos anos 80 achei que não me surpreenderia com mais nada em termos de quadrinhos. Mas ainda faltava ler Sandman.


Havia uns cinco anos que eu voltara a ler gibis Isto porque dois amigos insistiram para que eu conhecesse umas histórias "novas" da Marvel (do Homem-Aranha e do Demolidor) escritas e desenhadas por um certo Frank Miller. Ao mesmo tempo conheci os X-MEN, na fase Claremont e Byrne, e logo em seguida A Espada Selvagem de Conan, que quebrou o paradigma dos formatinhos coloridos, saindo em charmoso preto e branco, em raro "formatão". 


Mas os quadrinhos da DC não ficaram para trás: Camelot 3000, Esquadrão Atari, os Novos Titãs do George Perez e, logo, depois, o Monstro do Pântano na fase do Alan Moore, também surpreendiam. Surgiram depois as graphic novels, que eram edições especiais impressas em papéis especiais e com colorido nunca visto antes em quadrinhos. E com este luxo tive a honra de ler obras como O Cavaleiro das Trevas, Watchmen, Ronin, V de Vingança... Que show!    






O que faltava ser feito em quadrinhos? Uma revista mensal com padrão de graphic novel. Ah, mas nenhuma editora vai lançar uma revista assim - era o que eu pensava. Mas estava enganado - que bom! Um belo dia encontrei nas bancas o número 1 de Sandman, lançado pela Editora Globo. Nossa, era praticamente uma graphic novel mensal!  E com que capas! Eram incríveis lustrações de Dave McKean, feitas especialmente para a revista. 



Quero destacar a coragem da Editora Globo, que lançou Sandman no Brasil em seu formato original, numa época muito complicada economicamente. Se o preço do primeiro número foi NCz$ 16,00, na quinta edição já custava NCz$ 65,00 (e foi com grande esforço que consegui manter minha coleção). Pensando bem, valentes éramos nós que comprávamos quadrinhos naquele tempo... Aliás, levei anos para completar V de Vingança,, lançada na mesma época, já que algumas vezes não deu para levar as duas revistas juntas! Depois de cancelada pela Globo, Sandman passou a ser publicada e distribuída no Brasil pela Devir, somente sendo encontrada em revistarias especializadas (e daí porque me dirigia à Comic Store Planeta Proibido, em Porto Alegre, ao menos uma vez por mês para, no mínimo, comprar a última edição do Mestre dos Sonhos).



Não vou me estender sobre Sandman - quem não conhece deve ir atrás "para ontem" -  mas quero chegar ao seu criador: Neil Gaiman. Esse genial roteirista inglês, após a carreira exitosa nos quadrinhos, tornou-se um bem-sucedido escritor de livros e já teve algumas incursões no cinema: Beowulf e Coraline são criações dele. Roteirizou para a tevê alguns episódios de Babylon 5 (colaborando com o amigo J. Michael Straczynski) e Doctor Who. Já foi agraciado com os prêmios Hugo e Nebula, e recebeu 13 Prêmios Eisner. 


Em 2012 Neil Gaiman discursou na Universidade de Artes da Filadélfia, ocasião em que falou um pouco de sua história e deixou pelo menos um recado, sobre o qual vale a pensa pensar: "faça boa arte"! Vale conferir no vídeo que segue (ative as legendas).



Para quem quiser ler o texto desse discurso, uma boa opção é o blog Trabalho Sujo.




 

2 comentários:

MrOX disse...

Baita post, grato pelo crédito !

Thintosecco disse...

Mais uma ótima contribuição tua para este blog, meu amigo!

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