sábado, 26 de junho de 2010

VOCÊ NÃO PODE VOLTAR PARA CASA





por Quatermass



Este, caro internauta, é o título do quinto episódio de Battlestar Galactica (2004). Mas é um episódio especial: segunda parte do anterior (Lembranças Dolorosas); também traz como principal protagonista Starbuck.



Se no seriado dos anos setenta, Starbuck era o simpático Dirk Benedict, sua releitura do século 21 é uma mulher cuja capacidade de pilotar, tomar porres e criar confusões, faz inveja a muito barbado.

Não é só isso, os roteiristas alteraram muita coisa do original, entre outras, Zack, irmão de Apollo e filho de Adama, que morria logo no início do episódio piloto original (1978), em meio à força de ataque cilônia; aqui é tratado como lembrança de um relacionamento com Starbuck (episódio 4).





Kara Thrace (Katee Sackhoff), aliás, Starbuck, tomada pelo remorso de ter qualificado Zack como piloto de caça, treina, a contragosto pilotos novatos até reprová-los.

Questionada por Adama, vem o ex-futuro sogro descobrir que o relacionamento amoroso teve relação direta com a morte do filho, abalando seus sentimentos por ela.





Por ordens diretas de Adama, volta a treinar os novatos, quando um grupo de raiders cilônios ingressa no mesmo espaço da frota.

Voltando para defendê-la e de seus pupilos, Starbuck é atingida e cai num dos planetas próximos. Ferida, encontra o raider que a abateu e descobre, para seu espanto e dos demais fãs da série, que é uma máquina viva!





Sem meios de ser localizada e sem um Viper à disposição, ingressa no cilônio moribundo e passa a descobrir outros segredos. Determinada a voltar à frota, Starbuck identifica os comandos principais e tendo descartado algumas coisas da nave (como o cérebro), decola.


É um verdadeiro show do absurdo, mas como curto uma idéia nova e divertida, entrei no embalo! E por essas e outras que passei a inicialmente assistir Galáctica à noite pelo Canal TNT e agora, comodamente em DVD que a Universal disponibilizou.




E quanto ao seriado original? Excetuando o piloto e um que outro episódio, não deixou saudades: a idéia original foi boa, mas envelheceu rápido, era excessivamente infantil e insosso, repetitivo até. Se comparado a este quinto episódio seria como estar diante de um Ford Modelo T ou um SIMCA Chambord!




Para conferir trechos no You Tube, clique na imagem acima (video com incorporação desativada)

quarta-feira, 23 de junho de 2010

KRISHNAMURTI


Mais de uma vez amigos me recomendaram a leitura de textos do pensador indiano Jiddu Krishnamurti. E, acreditando na validade dessas reflexões, divido com vocês no blog alguns de seus pensamentos, que inclusive estão na wikipedia. Confiram.



"Afirmo que a Verdade é uma terra sem caminho. O homem não pode atingi-la por intermédio de nenhuma organização, de nenhum credo (…) Tem de encontrá-la através do espelho do relacionamento, através da compreensão dos conteúdos da sua própria mente, através da observação. (…)"


Podemos ir longe, se começarmos de muito perto. Em geral começamos pelo mais distante, o "supremo princípio", "o maior ideal", e ficamos perdidos em algum sonho vago do pensamento imaginativo. Mas quando partimos de muito perto, do mais perto, que é nós, então o mundo inteiro está aberto — pois nós somos o mundo. Temos de começar pelo que é real, pelo que está a acontecer agora, e o agora é sem tempo.


… Falamos da vida — e não de idéias, de teorias, de práticas ou de técnicas. Falamos para que olhe esta vida total, que é também a sua vida, para que lhe dê atenção. Isso significa que não pode desperdiçá-la. Tem pouquíssimo tempo para viver, talvez dez, talvez cinquenta anos. Não perca esse tempo. Olhe a sua vida, dê tudo para a compreender.


Estou apenas a ser como um espelho da vossa vida, no qual podeis ver-vos como sois. Depois, podeis deitar fora o espelho; o espelho não é importante.










No vídeo: Paz é relacionamento sem conflito.



sábado, 19 de junho de 2010

NA CAMA COM JOHN LENNON












Quatermass




Esta postagem é propositalmente sarcástica. Segunda-feira (07.06) Thintosecco entusiasticamente descreveu para este comentarista o show que assistiu de uma banda cover dos Beatles, o excepcional conjunto argentino “The Beats”.


Durante a apresentação, o inusitado: o cover de John Lennon aparece solo na cama cantando “Give Peace a Chance”. Digo ‘solo’, porque foi uma bem humorada reencenação das famosas entrevistas com John e Yoko no ‘leito do amor’, para protestar, dentre tantas coisas, contra a guerra.


Voltando ao show, nosso blogmaster contou a incrível capacidade dos ‘hermanos’ em executar as complexas canções dos Beatles.




Porque complexas? Já ouviram algum álbum deles? Então sabem que em cada disco é composto por músicas que ora é balada, rock, blues e experimentações instrumentais, seja por Lennon ou George Harrison. Os Beatles não revolucionaram o Rock, eles passaram por um processo evolucionário.



No álbum Revolver, por vezes, a sitar de Harrison nos faz pensar: eles compuseram ou viraram cover de uma banda indiana? Sua evolução não ficou nas músicas: o visual comportado no início da carreira, de cabelinho curto e gravata, passou para barba, cabelo comprido e bigode.



Suas concepções artísticas e críticas foram se elevando cada vez mais, ascendendo sempre até a inevitável separação. Injustamente os fãs culpam Yoko Ono pelo ocorrido, mas sejamos francos - havia três gênios no conjunto: Paul, John e George. Ringo Starr, com sua voz desafinada, mais parecia ter caído de pára-quedas sem saber direito onde e com quem estava!




Cada um tinha uma concepção musical própria. Compunham e tocavam com qualidade, jogando tudo em álbuns que mais pareciam saladas musicais do mais alto nível: Help, Revolver, Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, Magical Mystery Tour, álbuns conceituais e, via de conseqüência, referência para as bandas que se seguiram.


Suas músicas não obedeciam qualquer ordem lógica, seja ritmo, melodia, letra ou instrumento. Em suma, uma verdadeira anarquia harmônica. Os Beatles foram a vertente anarquista da música: os primeiros e únicos! A incompatibilidade de gênios e egos tratou do resto!

Além de seu legado musical, nos resta então os covers, que, pelo jeito, quase chegam lá!




sexta-feira, 18 de junho de 2010

VARIAÇÕES DE UMA MESMA BANDA

Eram os Beatles os "transformers" do rock?











domingo, 13 de junho de 2010

FÚRIAS DE TITÃS



por Quatermass





Fúria de Titãs (Clash of the Titans -1981) e Fúria de Titãs (Clash of the Titans – 2010) possuem os mesmos personagens, a mesma história com as mesmas invencionices e defeitos.



Primeiramente, desconsidero a questão da conversão de 2D para 3D, porque, no final das contas, não acresce em nada diante dos demais equívocos verificados.






Resumo do resumo do resumo: sentindo a perda da crença dos homens nos deuses do Olimpo, Zeus (Liam Neeson/Qui-Gon Jinn) decide castigá-los liberando o Kraken. Para aplacar sua ira, devem sacrificar a princesa Andrômeda. Perseu, semi-Deus, filho de Zeus que vive entre os homens, inicia uma viagem em busca de um meio para vencer o Kraken e em suas andanças é presenteado com Pégaso, o cavalo voador, e encontra as bruxas, lhe dirão a maneira de destruir o Kraken.



Acabam aí as semelhanças. Começam, então, as diferenças: 1 – O Pégaso anos oitenta é branco; o recente é preto. 2 - A trilha sonora do filme de Desmond Davis é chata, monótona e repetitiva; a de 2010, de tão discreta, quase desaparece. 3 – A busca de Perseu no primeiro filme foi por amor à Andrômeda; no segundo, por vingança e descrença nos deuses.





Mas o maior problema dos dois filmes é justamente Perseu: seguindo a receita dos anos oitenta, o primeiro aparentava ser um herói jovem, bobo e bundão, e de ter sido tirado da platéia de George Lucas ou Spielberg; o mais recente (Sam Worthington) é bem mais velho, bobo e bundão, mais como um Jake Sully que retornou do Planeta Pandora, e tão expressivo quanto um bloco do granito!




O que leva, em verdade, à seguinte constatação: o título pode se referir aos titãs, mas a fúria parte do público que assistiu às duas obras!







Mas nem tudo são desilusões. Há uma pequena e sutil diferença que marcará sempre o primeiro filme: o trabalho de Ray Harryhausen na cena do Templo de Medusa (confira o clipe no final do post).




Se no filme de Louis Leterrier a aplicação da computação gráfica, de tão perfeita, resulta em cenas de ação ininterruptas, histéricas e desprovidas de atmosfera, tal qual os filmes de Michael Bay e, recentemente, James Cameron; o arcaico stop motion ‘cai como uma luva’ para criar tensão.


A cena de Medusa do original é lenta, vagarosamente inteligente e manipulada, deixando as emoções e os sentidos à ‘flor da pele’. As tomadas são digeridas pelos olhos, quadro a quadro, aumentando a inquietação.


Já o novo, lembra a correria de um desenho do Scooby Doo, onde a adrenalina passageira resulta em meros sustos e, ainda por cima, com uma Medusa ‘prá lá de bonita’!!!!



Taí a diferença de Harryhausen - em cada um de seus filmes, desde Mighty Young Joe (1949), sempre há uma tomada clássica e inesquecível, que resume bem a diferença do stop motion para computação gráfica: o de um diamante bruto, que levou milhões de anos para ser formar, sendo lentamente lapidado à mão; a computação gráfica seria aquele rubi sintético, fabricado aos milhares, que ninguém se importa com seu destino e cai logo no esquecimento.








sábado, 12 de junho de 2010

ESPECIAL DIA DOS NAMORADOS – NANDA


Esta postagem é um favor do Thintosecco para um amigo. Um amigo relativamente recente, mas com ideais antigos.


Sendo hoje o Dia dos Namorados, presto então homenagem a uma amiga. Uma amiga com muitas afinidades. Uma amiga companheira sempre. Uma amiga sempre mãezona.


Uma amiga que gosta de mimos, que, infelizmente, muitas vezes este comentarista anti-romântico deixa a desejar. Não pretendo fazer um discurso de formando, pelo contrário, apenas deixar um registro aqui no blog para minha mulher, uma amiga/namorada/amante/mãe maravilhosa:


TE AMO!



A. (Prof. Quatermass)


P. S.: Não é favor. Que este post seja estensivo às nossas respectivas namoradas, em especial à minha Vivi. ;)

quarta-feira, 9 de junho de 2010

BEATLES SEMPRE


Assisti no final de semana passado ao show da banda The Beats, no Teatro do Sesi, em Porto Alegre. Realmente são muito bons e não é à toa que são considerados a melhor banda Beatle do mundo.

Há uma série de detalhes impressionantes no show dos caras, que não vou esmiuçar agora. O fato é que reproduzem com muita fidelidade não uma banda qualquer, mas a melhor de todas. E a grandiosidade dos fab four fica mais evidente num espetáculo que resume em pouco mais de duas horas todas as fases do grupo.


Os Beatles continuam muito presentes na cultura pop. Para ilustrar, acho que vai muito bem esse clipe do game The Beatles Rock Band.

Em tempo: Na sequência, dois momentos do show dos Beats.

Até mais.








quinta-feira, 3 de junho de 2010

"EU QUERO É BOTAR MEU BLOCO NA RUA"


Thintosecco




Muitas vezes a realidade dos fatos supera a lógica comum, principalmente em se tratanto de comportamentos humanos.


Um exemplo: na primeira metade dos anos 70, o Brasil viveu o auge da censura imposta pelo regime militar. Entretanto, naquela mesma época, a música popular brasileira foi criativa como nunca. É verdade que vários músicos dessse tempo foram "de um sucesso só", mas nem por isso deixaram de ser importantes.




Provavelmente só os mais antigos ouviram falar em Sérgio Sampaio. Lá pelos idos de 1973 ele lançou a música que dá título a este post. "Eu Quero É Botar Meu Bloco Na Rua" foi sucesso em festival e tocou muito nas rádios. E, embora o LP de mesmo nome não tenha vendido bem, marcou a época.




Porém esse compositor, que é tido como um dos "malditos da MPB" (junto com Tom Zé, Walter Franco e outros) também foi amigo e parceiro do saudoso Raul Seixas. Sérgio foi um dos co-autores do proscrito álbum "Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das Dez", que custou a Raul seu emprego na gravadora CBS, mas também precipitou o início de sua carreira solo.



Essas histórias e outras, que fazem parte da biografia do Sérgio Sampaio, podem ser conferidas nos links ao final, que recomendo. No mais, é muito bom ouvir de novo o "Bloco na Rua", que foi uma bela lembrança de um parceiro/co-autor deste blog, o nosso "Prof. Quatermass".





Pra encerrar, vale lembrar que essa música (e outras da época, como as do Chico Buarque, por exemplo) foi adotada como parte do repertório chamado "de protesto". A arte não combina com censura; ao contrário, a ela se opõe.


Nos últimos tempos, temos visto que blogs/fóruns na rede tem sido cerceados sob acusação de pirataria, mas quem é atingida é a cultura, conforme já manifestei em outras ocasiões nesse blog. Não é o caso de ir à guerra. Mas saibam que a arte , que está bem presente nos velhos (porém bons) filmes e quadrinhos saberá dar a volta por cima. Abraço!



LINKS:

Coisas e afins

Recanto das palavras

Poeira e cantos

Sacudinbenblog

Related Posts with Thumbnails