domingo, 25 de abril de 2010

LAWRENCE DA ARÁBIA




por Quatermass




Lawrence da Arábia (Lawrence of Arabia – 1962) é mais um épico dirigido pelo contador de histórias David Lean.





O roteiro de Robert Bolt baseia-se na obra Os Sete Pilares da Sabedoria, de T. E. Lawrence, o próprio, que nos relata a aventura muito romanceada de um fato real (mas, que em momento algum desmerece seu valor).








 

Cartógrafo do exército inglês durante a Primeira Guerra Mundial, Lawrence (Peter O’Toole) tem a incumbência de contatar líderes árabes tribais para oporem-se à dominação turca (na época a Turquia era aliada da Alemanha imperial e entre seus domínios estavam o Oriente Médio e Norte da África).


 

Descobre poder ser muito mais que um mero enviado ou interlocutor: possui a liderança necessária para unir as tribos e criar a nação árabe.






 

É um filme com imagens e trilha sonora de Maurice Jarre belíssimos, mas inadequado para espectadores impacientes. Como já disse, David Lean é um contador de histórias, o oposto de Michael Bay e Paul Anderson, ou seja, a obra é de longa duração (uns 215 minutos). Com um roteiro enxuto, bem que caberia em uma hora e meia ou pouco mais.




 

Nas mãos hábeis de Lean, Lawrence da Arábia, nos transmite a idéia de que homens aparentemente comuns podem transformar-se em líderes; de como o ser humano é pequeno diante da natureza; de como o espírito atormentado de Lawrence (em parte por ser homossexual em uma sociedade européia hipócrita e esnobe), limita suas próprias ambições, mesmo diante da perspicácia árabe; de como um mero emissário, transforma-se em líder e, após, perde o controle de seus comandados com a mesma rapidez que a conquistou; de como os interesses políticos se sobressaem às necessidades humanas mais básicas, como a liberdade e dignidade.




 

Por fim, explica em parte como os europeus esculhambaram o Oriente Médio (e, diga-se de passagem, a Ásia e África) em seus critérios dúbios de divisões territoriais e criação de Estados artificiais.

 

Lawrence da Arábia é tão grandioso quanto Ben Hur; porém, seu protagonista é real. O início começa com seu fim: um acidente de motocicleta em 1935 põe fim a um grande herói.

 
 

Um herói dos árabes, que descobriram nele o elemento catalisador de sua causa; e um herói de David Lean, um dos maiores diretores da história do cinema.


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