sábado, 16 de janeiro de 2010

AVATAR





Quatermass



Avatar (2009), de James Cameron, impressiona, mas não fascina.




Por quê? Porque seus efeitos especiais tendem a hipnotizar o expectador, porém, seu conteúdo é vazio. Uma concha de retalhos: misto de Pocahontas + índios moicanos de três metros de altura com questões ecológicas e militares.




James Cameron, ao longo de sua filmografia, sempre demonstrou ter uma queda por militares - que o diga O Segredo Abismo (1989)! O design das aeronaves segue a linha de O Exterminador do Futuro (1984) e Aliens – O Resgate (1986). Em suma, retirando os efeitos especiais, ‘não existem grandes novidades no front’ (literalmente falando).


Seria como conhecer um ativista ecológico e, após dez minutos, não agüentá-lo mais. Falta texto, faltam diálogos, falta uma idéia “cabeça”, algo que chame a atenção, que intrigue, que cative. Falta um momento inesquecível, um toque de sutileza, melhor dizendo, um toque de gênio.



Apesar de ser uma produção multimilionária, é uma obra extremamente carente: tal é a ausência de qualidades que poderiam abrilhantar o filme. Em suma, falta uma idéia original, nova. E não seria pedir demais, uma vez que se passaram 12 anos desde Titanic e Cameron já trabalhou com bambas como Roger Corman (Os Mercenários das Galáxias – 1980) e John Carpenter (Fuga de Nova York - 1981): especialistas em lidar com criatividade e orçamentos baixos.


Não seria um retrocesso, afinal cinema não vive só de espetáculos grandiosos e esta é a maior pretensão de Avatar (e ao mesmo tempo sua fraqueza): é tão somente um marco tecnológico.


2 comentários:

Anônimo disse...

Eu não quero sentar o pau no filme, mas a sensação que eu tive foi de um filminho descartável, com um belo efeito visual, uma miscelânea iconográfica e mitológica e um 3D pura enganação que só funciona em planos de longa distância. Em filmagem de curta distância a câmera fica "míope", perde o foco para qualquer coisa que não seja aquela focalizada. Como a gente vai apreciar o 3D sem foco?
Eu me senti um trouxa enganado pela crítica puxa-saco dos americanos.

Abraço do Rodrigo

Fernanda disse...

Assistimos ontem. Concordamos em número gênero e grau com o Quatermass.

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