domingo, 22 de novembro de 2009

O MAR É NOSSO TÚMULO



Quatermass


O Mar é nosso Túmulo (Run Silent, Run Deep – 1958) é um filme de guerra clássico. E o que quero dizer com isto? Produto dos anos cinqüenta possui elenco estelar (Clark Gable e Burt Lancaster), dotado de mensagem maniqueísta (os japoneses ainda são tidos como criaturas traiçoeiras) e roteiro inverossímil. É um filme com fotografia em preto-e-branco (o que não significa nada).


Dirigido por Robert Wise, em início de carreira, já apresenta algumas credenciais que atestam sua competência. Tem como pano de fundo a missão do submarino USS Nerka e o conflito entre o capitão Rich Richardson (Gable) e seu imediato Jim Bledsoe (Lancaster).

Ao perder seu submarino anterior no Estreito de Bunko, Richardson tenta impor sua nova tática para atrair e atacar belonaves japonesas, em especial, as escoltas. E aí entra um dos furos do roteiro: a de disparar torpedos frontalmente, visando atingir o destroyer pela proa!!! E o pior é que no filme ele conseguiu!!!!
Mesmo assim, é um de meus filmes de guerra favorito, mesmo não tendo a carga de dramaticidade de O Barco (Das Boot – 1981) ou Torpedo (Torpedo Run – 1958), possui a tensão típica dos filmes de submarino, com a tradicionais fugas, submersões, ataques de cargas de profundidade e desvio de minas.




Mas o que realmente vale assistir são as atuações de Clark Gable e Burt Lancaster, paralelo à interação destes com o resto da tripulação; que por momentos ouvem atentamente a voz da Rosa de Tóquio (a locutora japonesa que, em inglês tentava desmoralizar as tropas e tripulações americanas durante a 2ª Guerra Mundial).


O final do filme apresenta as mesmas inverossimilhanças de Torpedo: situações absurdas que só em filmes acontecem. Só que inverossimilhanças são inverossimilhanças, e como tal devem ser toleradas. Afinal, em tais filmes assistimos situações que não passamos nem experimentaremos; que não questionaremos nem queremos questionar; em suma, não pensamos, nem queremos pensar – e, excetuando a rodinha de intelectuais - não é o que realmente buscamos quando vamos ao cinema?


0 comentários:

Related Posts with Thumbnails