quinta-feira, 11 de junho de 2009

F.P.1 ANTWORTET NICHT



Quatermass


Este, com certeza, é um de meus comentários mais esdrúxulos. F.P.1 Não Responde é um caso de fascínio pelo intangível; é daquelas manias de nerd e que em razão de sua natureza o distingue! Ao mesmo tempo, sinto tristeza em estar escrevendo sobre um filme que talvez nunca venha a assistir!




Isto mesmo: nunca vi F.P.1 Antwortet Nicht! As referências existentes são escassas, portanto, mais parece um quebra-cabeça (às vezes me sinto uma velha costureira bordando uma concha de retalhos): é filme alemão de 1932, a direção é de Karl Hartl e sua duração é de 115 minutos (na versão inglesa é de 74 minutos); mais, é uma obra de ficção extremamente rara, assim como Der Tunnel (1933) e Gold (1934), os demais filmes da trilogia.




Resumindo, estou falando sobre um filme lido, que conta a história (de maneira muito, mas muito arrastada) da construção de uma plataforma marítima que serve de campo de pouso e reabastecimento para aviões no meio do Oceano Atlântico (
Flugzeuge Platform 1), mas que, de uma hora para outra, deixa de se comunicar com o resto do mundo. Então, um destemido aviador se dispõe a chegar lá e investigar (deve-se considerar que viagens oceânicas por aviões eram poucas na época).




Apresenta um fato curioso: nos anos trinta, filmes de grande orçamento utilizavam elencos de diferentes países para as mesmas tomadas, ou seja, não só a edição era diferente, como os atores também! Portanto, existiram as versões alemã, inglesa e francesa. Três versões das quais não existem maiores informações a não ser que na alemã atuavam Hans Albers e Peter Lorre; na francesa, Charles Boyer... Três versões sem conhecer nenhuma! Daí a postagem do filme lido, mais que isso, imaginado! Ficção no sentido literal da palavra!


1 comentários:

Taiguara disse...

Desta vez o prof. Quatermass raspou o fundo do baú do vovô! Mas a postagem é interessante, sim. O nosso amigo Luciano, por exemplo, curte bastante aviação e alguma coisa de cultura alemã. Eu também gosto de curiosidades históricas e acho que algumas outras pessoas que visitam o blog também.

Registro históricos são coisas importantes. Acho que o grande detalhe desse filme - que também não vi! - é que ele registra a época em que voos entre a Europa e a América ainda eram uma aventura. Hoje essas viagens tornaram-se comuns e a gente esquece dos heróis do passado que as inauguraram. Acontecimentos trágicos como o desastre do voo da Air France são uma oportunidade para - entre outras reflexões - lembrar daqueles aventureiros.

Muitos sabem que o piloto norte-americano Charles Lindbergh foi o primeiro a cruzar o Atlântico sem escalas, num voo entre Nova Iorque e Paris, em 1927, com seu avião "Espírito de São Luís". Muito pouco se fala, porém, que a primeira travessia do Atlântico Sul, da Europa para o Brasil, foi realizada por dois aviadores portugueses, em 1922.

Chamavam-se Sacadura Cabral e Gago Coutinho. Essas duas figuras, de nomes meio engraçados e de quem nunca ouvimos falar na escola ou na tevê, criaram para aquela viagem alguns instrumentos que hoje estão incorporados aos painéis de todos os aviões. Um deles, por exemplo, é o conhecido Horizonte Artificial (então muito importante para viagens à noite). Viajaram num hidroavião e precisaram fazer um pouso forçado em pouco adiante do meio da rota, próximo ao chamado Arquipélago de São Pedro e São Paulo (são dois rochedos, também ditos "penedos"). Consertaram o avião e chegaram ao Brasil depois de alguns dias.

Conheci a história por um velho álbum em quadrinhos, publicado pela EBAL em 1972. Acho que deveriam lembrar mais de desbravadores como esses, assim como de Santos Dumont e outros.

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