terça-feira, 2 de setembro de 2008

WALL-E (post 2.0)




Quatermass





Wall-E é um simpático robozinho que, por setecentos anos passa o tempo todo limpando o planeta que os humanos abandonaram por ter se transformado em lixeira. Sua companheira é uma repelente e engraçada barata! Pronto! Acabou a história? Não, é o início!


Mais uma produção Pixar, agora adquirida pela Disney, que pega pesado no início, por sinal ótimo, mas que aos poucos vai perdendo um pouco o pique. E é justamente este início, quando o robô, sozinho em suas tralhas e com sua minúscula, porém teimosa barata é que se dá o grande momento da obra.



Sua solidão/desterro é interrompida quando uma gigantesca espaçonave deixa outro robô, com uma missão específica: encontrar forma de vida vegetal que tenha sobrevivido a tamanha poluição/lixo/descaso. Seu nome é EVA. Suas feições e trejeitos são nitidamente femininos. Eis a companheira que Wall-E esperava. Esperava? Sim, pois com o passar dos séculos colecionou os cacarecos da passagem humana pela Terra e, diga-se de passagem, admira o lado bom, ilusório, fictício, fugaz, seja através de trastes e filmes (e destes musicais).




Wall-E é uma máquina que desenvolveu ou aprendeu a desenvolver a compreensão, a sensibilidade, a razão, tudo aquilo que o homem está hoje em dia deixando de lado cinicamente, seja através de governos pseudo-preocupados com “desenvolvimento sustentável”; seja por projetos de sustentabilidade através de ONGs, cujos motivos e pretensões nem o diabo conhece; seja por uma aparente consciência ecológica individual que termina na porta de casa! Wall-E não nos ensina nada que já não saibamos, mas reflete. Reflete a hipocrisia, o desperdício, o cinismo, sentimentos singelos esquecidos ou que devam ser. Sua busca por EVA não é apenas por amor, afinal é uma outra máquina! O problema é que o homem está se desumanizando e Wall-E, se algum dia houver algum, será o fiel depositário de nossas memórias!



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