segunda-feira, 3 de agosto de 2009

O PRIMEIRO SUPERCOMPUTADOR




por MrOx



Seymour Cray é considerado o Isaac Newton da ciência da supercomputação. As empresas que constroem supercomputadores ainda hoje seguem as idéias deste ilustre senhor que morreu a mais de 10 anos.




É impossível falar de supercomputadores sem citar o pioneirismo das máquinas fabricadas pelo designer norte americano, Seymour Cray. Fundou a Cray Research em Colorado Springs (1972) e criou seu primeiro supercomputador, o CRAY-1 (1976), com 200,000 freon-cooled ICs 3 e 133 milhões de operações de ponto flutuante por segundo, ou seja, capaz de atingir o pico de 133 Megaflops. Uma das razões do grande sucesso do Cray 1, quando saiu para venda em 1976, era o facto de conseguir realizar mais de cem milhões de operações aritméticas por segundo. A velocidade máxima da máquina era 160 MFLOPS. A primeira implementação deste sistema foi no "Los Alamos National Laboratory", nos EUA.





Se procurasse construir uma máquina destas pelo processo tradicional necessitaria de 200 PCs interligados. Foram produzidos 16 Cray 1. Custavam cerca de 700.000 dólares.
Uma das coisas interessantes era que se podia encomendar a máquina na cor que desejássemos. Isto ainda é verdade hoje em dia. O Cray 1 (1976) realizava cem milhões de operações aritméticas por segundo e tinha 4 MB de memoria RAM.


Cada Cray 1 demorava meses para ser construído. Os milhares de placas e fios tinham de estar cuidadosamente colocados. Era uma máquina feita manualmente, trabalho artesanal de qualidade superior. Ao abrir a máquina parece que os fios são uma grande confusão, mas na realidade cada um deles tem um comprimento correto e preciso. Possuía uma forma em C, o que reduzia o comprimento dos fios e assim o tempo que os sinais necessitavam para viajar de um local para outro.


Essencialmente esta máquina enorme era única e não se assemelhava a nada que houvesse sido pensado antes. Precisava de sistemas de arrefecimento especiais para que não derretesse. Os empregados de Seymour Cray inclusive utilizavam estas máquinas para aquecer os seus escritórios durante os Invernos rigorosos do Minnesota.



Outra de suas idéias originais, e que são usadas até hoje, era refrigerar o supercomputador com liquido. O ar não passava pelos chips, pois as altas temperaturas prejudicavam a eficiência desta forma de resfriamento. Se hoje é normal e temos sistemas de refrigeração líquida muito bons e caros, naqueles gloriosos anos 80, colocar líquido em um aparelho eletrônico era coisa de doido.

O principio foi usado no Cray 2, que utiliza um líquido não condutor chamado de Fluorinert para resfriar seus processadores. O Fluorinert foi desenvolvido pela 3M como um plasma sangüíneo substituto para ser utilizado em cirurgias quando não existia tempo para tipificar o grupo sangüíneo do paciente. Lançado em 1985, o CRAY-2 tinha desempenho de 1,9 Gigaflops. Na época, esse computador tinha a maior memória do mundo: 2 Gigabytes, uma quantidade gigantesca.

As máquinas de Cray eram muito rápidas. Parte do sucesso devia-se ao fato de Cray ser um sonhador e não ligar muito para o preço das coisas. Seymour Cray foi o primeiro a considerar que havia necessidade de se utilizar memórias rápidas para que o elevado poder de processamento não se tornasse inútil: "Qualquer um pode construir uma CPU rápida. O truque é construir um sistema rápido". Contudo, hoje em dia o Cray 1 é apenas uma peça de museu.







E os super- computadores no cinema? Mencionei tempos atrás o filme Jogos de Guerra (War Games - 1982), em que um garoto, sem querer, invade o computador do sistema de defesa dos Estados Unidos e, pensando estar jogando um simples vídeo-game quase provoca a terceira guerra mundial. Há um filme mais antigo, considerado cult, que é o Colossus: The Forbin Project (1970), com um tema semelhante. Deixo o trailer e, se alguém quiser comentar, fique à vontade. Também achei mais algumas informações no site NostalgiaBr. (Thintosecco)



6 comentários:

Anônimo disse...

Cara!!!
Eu vi esse filme há uns 20anos atrás na nossa saudosa TV Guaíba, num domingo à noite, antes da série Sexto Sentido (que usava a música Time do Pink Floyd na chamada...)
Muito bom mesmo, com um final surpreendente...
Temos que campear esse filme para disponibilizar pra galera.
Ótimo post!

MrOX disse...

Massa

E quem lembra do Hall, em 2001 uma odiss�ia no espa�o ???

� isso ...

E imaginar que temos na m�o uma ferramenta ultrapoderosa mas subutilizada...

Anônimo disse...

Voltei porque achei!!!
Só podia ser no F.A.R.R.A.!

http://www.forum.clickgratis.com.br/farra/t-7668.html

Um viva para o Eudes!!!

Unknown disse...

Realmente! Valeu, amigo. Mais um gol do FARRA!

Bem lembrado o Hall. Mas esse quem sabe mereça uma postagem à parte!

Obrigado pelas participações e dicas. Abraços!

Fernanda disse...

Colossus passa ainda no tccult. Uma hora dessas eu gravo.

Taiguara disse...

O filme Colossus 1980 também pode ser encontrado lá no blog Cinedivx Bizarro, do Dr. Phibes, em uma ótima postagem. Recomendo.

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