domingo, 20 de abril de 2008

KISS ME DEADLY



por Quatermass




Taí um filme muito conceitual. Verdadeira experiência cine- matográfica de Robert Aldrich que dificilmente será repetida por Hollywood.


Kiss me Deadly (1955) é uma obra injustamente esquecida e que merece ser analisada. Filme digno do diretor: uma sobrecarga de truculência, adrenalina, conflito e mistério, porém dotado de uma inteligência envolvente. Mais, um genuíno precursor de Arquivo X.


Por que experiência? Pela indefinição de estilos e a busca de uma identidade. Talvez (e digo isto como opinião minha) a sua mensagem extremamente prolixa seja a causa de seu ostracismo. Não é uma obra fácil de ser digerida; ao contrário, deve ser assistida com doses maciças de paciência e percepção, coisas difíceis hoje em dia.


A primeira impressão é a de que o diretor quis realizar um teste com atores e filmou de qualquer jeito. A abertura do filme já chama a atenção por sua diferença visual: um layout fora dos padrões da época (muito extravagante), e não pára aí.



E a história: viajando à noite, o detetive Mike Hammer (Ralph Meeker) dá carona a uma ilustre desconhecida, porém longe de ser inocente. Ambos acidentam-se e ela está morta. Nosso motorista está vivo e incriminado. Por quem e por que ele ainda não sabe. Mas os vilões logo descobrem que mexeram com a pessoa errada: Hammer é um detetive muito pouco polido, que distribui generosamente sopapos e ameaças para quem estiver a sua frente.


Descobre que a caroneira estava fugindo por estar envolvida com “algo-dentro-de-uma-caixa-que-não-deveria-ser-aberta”, tipo caixa de pandora ou coisa assim (ah, se Fox Mulder estivesse ali...). Sua investigação o leva até os responsáveis e à “caixa misteriosa”. O final não vou contar, mas o filme merece ser conhecido pelo internauta, inclusive em razão do desfecho.


Se algum dia sair no Brasil, veja. Vale a pena conhecer obras esquecidas de grandes diretores. Não existem obras menores de grandes cineastas e sim obras não reconhecidas. O gênio do autor é o mesmo; a diferença está em quem aprecia!






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